Reedição da obra "No Bom Jesus do Monte", pela Opera Omnia, marca o início de um "dilúvio editorial" que visa levar a obra de Camilo Castelo Branco a todos os públicos.
Em 2025 e 2026, no âmbito das comemorações do Bicentenário do Nascimento de Camilo Castelo Branco, a rede de parceiros coordenada pela CCDR-Norte propõe "um dilúvio editorial que devolva Camilo à região, ao país e à comunidade de leitores".
"O que nos propomos é colocar tantas obras na ruas - nas praças, nos cafés, nas bibliotecas, nas livrarias - para que ninguém deixe de tropeçar em Camilo", referiu Jorge Sobrado. O vice-presidente CCDR-NOrte para as áreas da Cultura e do Património falava, ontem, no Bom Jesusu do Monte, onde foi apresentada a reedição da obra No Bom Jesus do Monte" de Camilo Castelo Branco, com a chancela da editora Opera Omnia, de José Manuel Costa.
Jorge Sobrado explicou que no âmbito deste "dilúvio editorial" a Opera Omnia vai editar um total de 15 obras de Camilo e sobre Camilo.
"A reedição de Camilo e a edição sobre Camilo são o princípio e o fim das comemorações do Bicentenário, mas a programação não se cinge à leitura e à edição. Haverá também ópera, cinema, música, teatro, gastronomia e muito mais. Até em língua mirandesa se irá publicar Camilo" referiu Jorge Sobrado, revelando ainda que, no âmbito das candidaturas a apoios para o tecido artístico e cultural não profissional "há também pelo menos dez projetos de estruturas independentes ou estruturas não profissionais que subordinam a Camilo".
Na sessão, Jorge Sobrado assinou também protocolos de adesão à Rede de Parceiros que promove as comemorações do Bicentenário do Nascimento de Camilo Castelo Branco.
Recorde-se que a 16 de janeiro, na Casa de Camilo, em São Miguel de Seide, foi celebrado um protocolo de colaboração entre 27 instituições do Norte, tendo em vista o estabelecimento da parceria para estas comemorações. A essas instituições municipais e culturais juntaram-se ontem, oficialmente, os Municípios de Cabeceiras de Basto (representado na cerimónia pelo presidente, Francisco Alves), de Baião e da Maia, a Universidade Católica Portuguesa, o Centro de Formação de Basto e a Cooperativa Árvore.
Cândido Oliveira Martins, autor da introdução da reedição da obra "No Bom Jesus do Monte", destacou que "continuar a ler Camilo e divulgar a sua obra", conquistando novos leitores, é a melhor homenagem que se pode faze ao autor clássico. "As diversas actividades culturais e científicas destas comemorações são muito justas e muito oportunas, face à grandeza da obra camiliano" referiu ainda o professora da Universidade Católica, acrescentanto que "esta reedição, que agora se começa a fazer, é um os maiores serviços culturais que podemos prestar hoje a Camilo Castelo Branco, porque a sua obra grandiosa é um verdadeiro monumento à língua portuguesa, à literatura portuguesa, porque é uma criação literária ímpar, que representa um repositório vivíssimo da nossa cultura e da nossa identidade".
A encerrar a sessão, Ricardo Rio, enalteceu a iniciativa da CCDR-NOrte por ser "o motor" de uma rede que se uniu para celebrar Camilo, destacando de modo particular Jorge Sobrado pelo dinamismo que tem imprimido ao sector cultural.
O edil referiu que, em Braga, no âmbito do Descentrar, serão apresentadas peças de teatro alusivas a Camilo. Realçou que a Companhia de Teatro de Braga também vai levar a palco algumas obras ligadas ao espólio camiliano e está em execução em projeto com a Sond'art que vai ligar a literatura de Camilo e a música.