
A reedição da obra “No Bom Jesus do Monte”, de Camilo Castelo Branco, da editora Opera Omnia, que hoje será apresentada no Hotel do Parque, no Bom Jesus, será a primeira de um conjunto de 12 títulos de uma coleção camiliana que será publicada ao longo do ano, e que assinala o bicentenário do escritor de “Amor de Perdição” da melhor forma possível: promovendo a leitura da sua incontornável obra.
O professor da Universidade Católica Portuguesa, Cândido Oliveira Martins, autor da introdução da reedição da obra “No Bom Jesus do Monte”, disse ontem ao Diário do Minho que «esta é a melhor homenagem que se pode fazer a um escritor, consistindo, precisamente em divulgar a sua obra conquistando, se possível novos leitores para a mesma».
Referindo-se em particular ao volume que hoje será apresentado, Cândido Oliveira Martins considera tratar-se de «uma homenagem única ao espaço sagrado e profano do Bom Jesus».
«É um livro singular, sobretudo porque tem uma forte componente biográfica, à semelhança dos outros romances desta coleção que têm uma forte ligação à geografia camiliana», sustenta o docente e investigador da Universidade Católica Portuguesa.
Admitindo que o próprio Camilo Castelo Branco reconhece não ter sido o único a escrever sobre o Santuário do Bom Jesus do Monte (que foi pano de fundo para outras obras), Cândido Oliveira Martins aponta, porém, a especificidade da obra de Camilo, em que o Bom Jesus se torna palco de várias histórias e cenário de amores e desamores, numa verdadeira «homenagem» a este espaço singular de Braga, classificado como Monumento Nacional e declarado Património Mundial da Humanidade pela UNESCO.
Cândido Oliveira Martins destaca a beleza desta reedição, incluindo a conceção da capa e contracapa, da autoria de Ireneu Oliveira, que consistiu na recriação artística de gravuras antigas do Bom jesus e da Sé de Braga.
Rede de Parceria
No âmbito das comemorações do bicentenário do nascimento de Camilo Castelo Branco foi celebrado um protocolo de colaboração entre 27 instituições da Região Norte, espaço geográfico onde Camilo concentrou grande parte da sua obra.
O protocolo teve em vista o estabelecimento de uma parceria para as comemorações desta data, à qual se juntaram, entretanto, os municípios de Baião, de Cabeceiras de Basto e da Maia, assim como a Universidade Católica Portuguesa.
A iniciativa da Rede de Parceria é coordenada pela CCDR Norte, e além de promover a cooperação interinstitucional para a promoção de uma agenda integrada de iniciativas culturais, artísticas e de divulgação da obra de Camilo, estimula também coproduções e itinerâncias no âmbito do bicentenário do seu nascimento.