Presidente da AEB perspectiva que o Turismo continue a crescer e Braga atinja, em 2023, as 695 mil dormidas. Neste contexto, alerta para a importância da formação e qualificação dos recursos humanos.
Numa altura em que a escassez de mão-de-obra é apontada com o o maior desafio que o Turismo enfrenta em Portugal, todas as perspectivas apontam para que o sector continue a crescer em Portugal. Braga não é excepção e o objectivo para 2023 passa por chegar perto das 700 mil dormidas, aumentar a estadia média dos turistas e combater a sazonalidade alargando a actividade turística a todo o ano.
No seminário ‘Inspiring FuTour : o futuro das profissões do Turismo’, que decorreu ontem de manhã na Faculdade de Filosofia de Braga da Universidade Católica, Daniel Vilaça elencou algumas das metas que se espera sejam atingidas em 2023, no âmbito da execução do projecto ‘Braga: Cidade Autêntica’.
Entre as metas definidas destacou o aumento da procura turística em Braga para as 695 mil dormidas, o aumenta a estadia média em Braga para duas noites, o aumento das receitas provenientes do turismo e o alargamento da actividade turística a todo ano atingindo uma taxa de ocupação na ordem dos 55%.
O presidente da Direcção da AEB alertou, no entanto, que a educação e a formação em Turismo é decisiva para o futuro do sector e para o sucesso de quem trabalha nesta área.
Ciente da importância dos recursos humanos qualificados, Daniel Vilaça realçou que, em 2023 a AEB estima envolver 400 activos do sector em acções de qualificação e 50 activos em processos de RVCC - Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências.
Daniel Vilaça, que falava na sessão de abertura do seminário organizado pela AEB e a Universidade Católica, lembrou que Braga é hoje reconhecida como destino de excelência e que para a expansão do Turismo “o factor que mais contribui” é a qualidade e o talento das organizações e dos recursos humanos que se dedicam ao sector. “Esses recursos fazem a verdadeira diferença num sector tão globalizado e competitivo”, sublinhou.
Também António Barroso se mostrou optimista quanto a actividade turística no concelho, apontando que os números ainda não são conhecidos, “mas 2022 vai ficar muito próximo, podendo mesmo ultrapassar o desempenho de 2019” que foi o melhor ano de sempre, em termos turísticos, para Braga.
O representante do Município de Braga realçou que “é preciso continuar a trabalhar” para manter Braga como um destino de excelência. E se para isso é importante saber acompanhar as tendências, também é vital “não perder a autenticidade, porque é isso que nos diferencia”.
Já o director da Faculdade de Filosofia e Ciências Sociais, José Manuel Lopes, lembrou que “o turismo é a principal actividade económica em Portugal”, empregando cerca de 19% da mão-de-obra nacional, daí que a requalificação dos recursos humanos seja “essencial para garantir a competitividade do sector”. Foi precisamente neste contexto que a Universidade Católica apostou na criação do curso de Turismo.
Dirigindo-se a uma plateia maioritariamente constituída por alunos de Turismo, mas onde marcavam presença também muitos profissionais do sector, vice-presidente Turismo do Porto e Norte de Portugal, Inácio Ribeiro, realçou que o maior desafio que o Turismo enfrenta actualmente “é a falta de mão-de-obra, sobretudo de mão-de-obra qualificada”, pelos que estes alunos têm “o futuro nas mãos”.