A verdade é fundamental para uma cultura de paz

Segunda-feira, Fevereiro 12, 2024 - 15:51
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Diario do Minho

Defendeu o diretor da Faculdade de Filosofia, na abertura do congresso de pedagogia
 

A verdade é fundamental para uma cultura de paz

A sessão de abertura do  V Congresso Internacional de Pedagogia, que decorre até amanhã na Universidade Católica de Braga sob o tema “Educação e Cultura de Paz: Memória, Verdade e Perdão”, contou com a intervenção do diretor da Faculdade de Filosofia daquela instituição, o qual destacou a importância da verdade na construção de uma cultura de paz. «Nunca se poderá construir uma cultura de paz sem verdade», disse, considerando que, na atualidade, «parece haver fobia à verdade, cuja expressão mais forte se vive no conceito de pós-verdade». «A verdade, com efeito, fruto da crise da razão, está também em crise, porque se conseguiu fazê-la passar para o terreno do ambíguo, do privado, do negociável, do toleradamente suportável.

O passo  em falso que se deu, fruto de um populismo que vive de emoções e do irracional, foi o de se tentar fazer crer que o respeito e a tolerância a todas as cosmovisões implica a renúncia à existência da verdade«, disse. Nesse sentido, acrescentou, «a verdade parece estar sujeita e subjugada não à razão nem aos factos, mas a uma narrativa bem contada e bem “passada” através de uma comunicação manipuladora, mais interessada em comunicar do que informar», disse. Segundo José Manuel Lopes, «a comunicação nos nossos dias, em muitos casos, faz o papel dos sofistas na Grécia Antiga», em que «o importante é “vencer”, neste caso, “convencer”».

 Já o perdão, por outro lado, e citando Gabino Uríbarri, «é uma realidade ativa que pressupõe a memória, a verdade e a vontade de reconciliação como pontos necessários para a finalidade para onde tende: uma paz que brota necessariamente da/com a/na justiça». «Sem verdade, memória e perdão nunca poderá haver uma ação transformadora humanista, humanizante e redentora porque apontando para o divino», sublinhou o diretor da FFCS, para contextualizar o propósito do Congresso que começou ontem e se prolonga até amanhã: «propiciar a apresentação e discussão de trabalhos e investigações sobre o lugar e o papel da educação na promoção e efetivação da cultura de paz, particularmente nos vetores da memória, da verdade que exige a justiça e do perdão». Na sua intervenção, José Manuel Lopes salientou ainda que «a educação só encontra sentido se conduzir a uma cultura da paz, promovendo a dignidade da pessoa humana», sendo necessária «uma educação de qualidade enquanto vetor de diálogo, que permita sensibilizar os destinatários para as questões associadas à paz e promova uma compreensão dos direitos humanos fundamentais».

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