Brasil, Espanha, Itália e Marrocos - são estes os destinos de 13 estudantes dos 4 campi da Universidade Católica Portuguesa (UCP) que vão embarcar no FLY, um projeto de voluntariado internacional que promete marcar a vida destes participantes (e não só). Antes disso, a primeira paragem foi Madrid.
Auto-conhecimento, trabalho em equipa, contextos de vulnerabilidade (migração, exclusão, comunidades) e os desafios do contexto mundial foram os temas abordados numa formação prévia na qual os estudantes marcaram presença. No total, estiveram representadas seis universidades europeias (participantes e coordenadoras do projeto) através da presença de 156 voluntários.
Carmo Themudo, coordenadora da Unidade para o Desenvolvimento Integral da Pessoa (UDIP) e participante, também, nesta formação, refere a importância de “proporcionar estas oportunidades de crescimento aos nossos alunos.” “É uma grande responsabilidade e o coração só sossega quando estão todos de regresso e em suas casas, mas o resultado é muito positivo e o trabalho em equipa com as outras universidades faz com que tudo seja mais fácil”, acrescenta.
Para Júlia Silva, mestranda em Finanças no Campus do Porto da UCP, “o fim-de-semana foi uma experiência incrível, onde tive a oportunidade de aprender muito.” “Conheci pessoas fantásticas que compartilham paixões e objetivos idênticos aos meus. A energia e o entusiasmo de todos os participantes e a forma como todo o fim de semana foi organizado deixaram-me tranquila e certa de que estar ali e fazer parte deste projeto foi a melhor decisão que podia ter tomado."
Coordenado pelo Centro Regional do Porto da Universidade Católica, a 4.ª edição do FLY bateu este ano o recorde de 36 candidaturas, tendo sido selecionados - pela primeira vez - estudantes dos quatro campi: dois de Braga, dois de Lisboa, oito do Porto e um de Viseu. “É mais um exemplo do compromisso social da Universidade Católica Portuguesa com o desenvolvimento sustentável”, refere Constança Barbosa, coordenadora da CASO. “Procuramos formar jovens sensíveis aos problemas decorrentes da desigualdade e da injustiça”. “Este fim de semana mostrou-nos a motivação e vontade que estes voluntários têm em fazer a diferença por mais pequena que seja”, conclui.
Francisco Cabral, estudante na Sede da Universidade Católica Portuguesa, em Lisboa, vai para Mellia (Espanha), trabalhar com migrantes. Sobre esta formação em Madrid, refere que “a constante oportunidade de estudar e interagir com formadores e voluntários de diferentes culturas e origens foi fundamental para ampliar os meus horizontes e compreender a complexidade do mundo em que vivemos.” “Os momentos de partilha de experiências foram verdadeiramente marcantes”, acrescenta, “ao trocar ideias e perspetivas com os outros voluntários, pude perceber como as diversas realidades se entrelaçam e como é importante estarmos abertos ao diálogo e à aprendizagem constante.”
Um fim de semana intenso, onde não faltou convívio e histórias inspiradoras como a de Bonifácio Ofogo, um escritor camaronense que desde 1992 se dedica a escrever e a narrar contos africanos.
Para o aluno do campus de Braga, “foi um momento único e inspirador. Encontrar estudantes com motivações solidárias semelhantes, apesar das particularidades individuais, demonstrou como unidos, somos mais fortes para alavancarmos e apoiarmos iniciativas sociais”. Daniela Monteiro, do Centro Regional de Braga da UCP, aponta que “esta formação foi moldada por uma abordagem prática e significativa, enriquecida por dinâmicas de grupo e espaços de discussão que incentivaram a participação ativa de todos os envolvidos”. “Criamos um espírito de união e um sentido de comunidade único”, completa Anabela Rodrigues, que também acompanhou esta formação.
O programa Fly é coordenado pelas Universidades Jesuitas Espanholas, Universidade de Comillas (Madrid, Espanha) Deusto (Bilbao, Espanha), ESADE (Barcelona, Espanha), Loyola (Andaluzia, Espanha), ao qual se juntam LUMSA (Roma, Itália) e Mateja Bela (Banská Bystrica, Eslováquia) e recentemente IQS (Barcelona, Espanha).