Símbolos da Jornada Mundial da Juventude estiveram ontem junto da academia bracarense. Na Universidade Católica, momento foi aproveitada para reflexão das expectativas dos jovens em relação à actual situação da Igreja.
O símbolos da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) passaram ontem pelas três instituições de ensino superior instaladas em Braga. A cruz e o ícone de Nossa Senhora, que durante o mês de Fevereiro peregrinaram na Diocese de Braga, foram recebidos no Centro Regional da Universidade Católica Portuguesa, na Universidade do Minho e no pólo do Instituto Politécnico do Cávado e Ave (IPCA), numa jornada que terminou. no Centro Pastoral Universitário, com uma missa presidida pelo arcebispo primaz, D.?José Cordeiro, e um convívio animado por várias tunas académicas.
Na recepção aos símbolos da JMJ, na aula magna da Faculdade de Filosofia e Ciências Sociais, o padre jesuíta Nélson Faria refletiu sobre algumas das “grandes perguntas” que os jovens gostariam de ver respondidas no grande evento agendado para os dias 1 a 6 de Agosto, em Lisboa.
‘Como garantir que não vão acontecer mais abusos sexuais e encobrimento na Igreja?’, uma das interpelações apresentadas, levou o sacerdote jesuíta a declarar que aquelas situações constituem “uma página negra da nossa História”, mas que os dados do relatório apresentado pela Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais de Crianças na Igreja Católica em Portugal podem levar à “implementação de uma nova cultura do cuidar” e à esperança de “uma nova vida” que “cubra o deserto criado pelos abusos”.
Numa sessão em que foram apresentados testemunhos de dois participantes em anteriores edições da JMJ, Nélson Faria, que trabalha na Rede Mundial de Oração do Papa (RMOP), e nos projectos ‘Passo-a-Rezar’ e ‘Click to Pray-Portugal’, afirmou que aquele evento existe “porque a juventude quer mudar a Igreja, porque a Juventude quer que a Igreja seja algo diferente”. Segundo o sacerdote, “não são os jovens que precisam da Igreja, é a Igreja que precisa dos jovens”, considerando que estes “têm uma ambição que falta aos corredores do Vaticano e aos Paços Episcopais, que falta às nossas sacristias, às nossas liturgias”.
Eduardo Duque, o responsável do do Centro Pastoral Universitário de Braga, relevou o dia de ontem como “importante para suscitar alguma curiosidade nos universitários” sobre a JMJ perante “o sério risco de ver um conjunto de notícias, todos os dias, sobre a JMJ, que são tudo menos aquilo que interessa, de facto”.
João Duque, pró-reitor da UCP, considerou, por seu lado, que esta universidade é um ambiente onde a passagem dos símbolos da JMJ faz “muito sentido”, sensibilizando os jovens para o seu papel “no futuro do planeta”.